«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

RCP: ou vai surpreender

...Ou nem vai, sequer, conseguir desiludir. Vale a pena ler o texto de João Paulo Meneses, no Blogouve-se, sobre este assunto.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Mais uma perda para a rádio portuguesa

Faleceu, com 72 anos, Eduardo Street, realizador de dezenas de folhetins radiofónicos e que deixou um importante contributo para a história do teatro radiofónico português na obra O teatro invisível. História do teatro radiofónico, lançada em Maio deste ano.
Os blogues Indústrias Culturais e A Nossa Rádio fazem homenagens a Eduardo Street.

sábado, 23 de dezembro de 2006

Boas Festas

Para todos os leitores deste blogue votos de um Bom Natal e um Ano Novo feliz, recheado de sucessos.

UM SÉCULO DE RADIODIFUSÃO SONORA

Amanhã, a radiodifusão faz 100 anos. Foi a 24 de Dezembro de 1906 que foi transmitido aquele que é considerado o primeiro programa de rádio.
Hoje em dia, o gesto de ligar um receptor radiofónico e sintonizar a emissora favorita é tão simples, que praticamente nem se dá por isso. A rádio é quase omnipresente nas nossas vidas. Onde quer que se esteja, se existir música é muito provável que a fonte seja uma estação radiofónica.
Com o passar do tempo tempo e com os avanços tecnológicos, a rádio arranjou plataformas de difusão muito diferentes. As emissões podem ser analógicas (AM ou FM), digitais (DRM, DAB, HD ou ISBD-T) hertzianas terrestres ou por satélite e, ainda, através da Internet.
Antes do advento da radiodifusão, as únicas fontes musicais, para além das actuações de músicos ao vivo, eram fonogramas (discos, cilindros ou fios de arame magnetizados) com uma qualidade sonora extremamente fraca e, como tinham um preço elevado, não estavam ao alcance de todos. As notícias praticamente só chegavam com os jornais e nem sempre eram recentes.
Foram muitos os que de alguma forma contribuíram com inventos ou estudos para que a radiodifusão fosse uma realidade. Não só na forma, mas também no conteúdo. Ainda antes do invento da transmissão de sinais à distância sem fios, já se utilizava o telefone de uma forma similar ao que viria a ser a rádio. O húngaro Tivadar Puskas efectuou, em 1893, o primeiro noticiário para vários telefones. Estava criado o princípio Broadcasting – de um para muitos.
A Telegrafia Sem Fios (T.S.F.), cuja patente foi atribuída a Guglielmo Marconi, existia desde 1896, sendo cada vez mais utilizada, dadas as suas vantagens. No entanto, desde logo houve quem tentasse reunir a facilidade de comunicação sem fios à distância com o conforto do telefone, já que este, por possibilitar a modulação de voz ou música, não exigia profundos conhecimentos de código Morse, necessário para as comunicações de T.S.F.. O padre brasileiro Landell de Moura foi um dos que faziam, desde fins do século XIX, estas experiências, tentando – e muitos dizem que o conseguiu – transmitir a voz à distância, através de ondas electromagnéticas. Seria, no entanto, Reginald Aubrey Fessenden que em 1900 - ano em que Marconi inventou a sintonização do comprimento de onda - conseguiria transmitir a sua voz através de um circuito sem fios. A experiência ficou registada para a posteridade num fonograma.
A dificuldade de transmitir a voz humana através de ondas electromagnéticas foi facilitada com várias invenções que surgiram no início do século XX. Em 1904, John Ambrose Fleming desenvolve o tubo de eléctrodos a vácuo (Válvula Termiónica), chamou-lhe Díodo. Em 1906, o cientista norte-americano H. C. Dunwoody descobre que cristais como a Galena (Sulfureto de Chumbo) podiam “detectar” ondas electromagnéticas de forma mais eficaz que o cohesor de Edouard Brandly. Neste ano, Lee DeForest baseia-se na Válvula Termiónica e inventa o Tríodo.
As principais peças electrónicas para que a rádio fosse uma realidade estavam descobertas. Só faltava alguém que reunisse estas invenções, e outros componentes tecnológicos já existentes, e as usasse para criar um emissor capaz de levar a voz humana de forma perceptível aos receptores de T.S.F.. Na noite de natal de 1906, o inventor canadiano Reginald Aubrey Fessenden, que vinha a trabalhar num emissor que reunia a mais moderna tecnologia, efectuou a primeira emissão de radiodifusão sonora, oferecendo aos operadores de Telegrafo dos barcos ao largo de Brant Rock, Massachussets, EUA, o primeiro programa de rádio.
O espanto dos radiotelegrafistas deveria ter sido enorme, pois em vez do crepitar dos sinais de Morse nos auscultadores, ouviram a voz de Fessenden, que leu algumas palavras da Bíblia, tocou o tema natalício Oh Holly Night no seu violino e desejou bom Natal a todos os que o escutavam. Este foi o evento que marcou o nascimento da radiodifusão sonora.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Previsões americanas para o consumo de media em 2007

Segundo o Statical Abstract, do US Census Bureau*, os norte-americanos gastarão, em média, 65 dias a ver televisão, 41 dias a ouvir rádio, 7 dias a ler notícias na Internet e 7 dias a ler jornais.
Mesmo em sociedades tecnologicamente e economicamente avançadas a rádio ainda é uma forte fonte de entretenimento e informação.

* Via revista "Visão"

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

As emissoras portuguesas online em tese de mestrado*

Vai ser submetida à apreciação do júri a tese de mestrado de Pedro Portela - docente do Curso de Comunicação Social da Universidade do Minho - cujo título é “Rádio na Internet em Portugal - A Abertura à Participação num Meio em Mudança". A apresentação terá lugar amanhã, às 16 horas, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, em Braga.
A tese será analisada e comentada pelo Prof. Rogério Santos, docente da Universidade Católica Portuguesa.
Pedro Portela é, também, colaborador da Rádio Universitária do Minho, onde é autor do programa "O domínio dos deuses".

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

A rádio no centenário de Fernando Lopes-Graça

Domingo, dia 17, passaram 100 anos sobre o nascimento de um dos maiores vultos da música portuguesa: Fernando Lopes-Graça (1906-1994). Na revista “6ª”, distribuída com o jornal “Diário de Notícias”, pode ler-se que «se Fernando Pessoa é o nosso maior vulto poético do século XX, então outro Fernando (este!) o é também, mas na música». E assim é.
A Antena 2 lançou, na passada terça-feira, uma caixa com 10 CDs “Centenário Fernando Lopes-Graça (1906-1994)” com peças do compositor retiradas do arquivo da RDP. A caixa contém, ainda, um documentário de António Cartaxo e uma entrevista radiofónica feita em 1957, por Igrejas Caeiro.
O Ministério da Cultura criou um sítio para comemorar o centenário de Fernando Lopes-Graça, com uma web radio onde se podem escutar obras deste grande vulto da música portuguesa.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Ondas agitadas na Antena 2

Segundo o jornal "Correio da Manhã", Jorge Rodrigues - responsável pelo programa Ritornello, da Antena 2 - afirmou que foi proibido de convidar artistas para o seu programa. Rui Pêgo, director da estação, nega esta afirmação.
Segundo o radialista, no dia seguinte a um programa onde entrevistou o Secretário de Estado da Cultura - Mário Vieira de Carvalho - foi chamado à direcção da estação onde lhe terão dito que a entrevista era «má e servil» e informaram-no que «estava expressamente proibido de convidar qualquer artista ou intelectual português [pelo programa passaram, por exemplo, Paula Rego, José Saramago e Maria João Pires], ficando isentas as grandes estrelas internacionais».
Rui Pêgo confirma a reunião, mas disse que o que interessa à Antena 2, naquele horário, ao final da tarde (18h00), é um programa de divulgação musical e não de entrevistas. No entanto, o director da Antena 2 disse ainda que «as entrevistas podem continuar a ser feitas por ele e difundidas, mas noutros programas da estação».

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

A rádio nos jornais... ou nem por isso

Quem vai à secção Media dos jornais portugueses lê muito sobre... televisão. São os resumos das novelas e respectivas “fofocas” sobre os actores, são as programações detalhadas, e alguns canais por cabo, nem uma linha sobre a rádio. Há, nos jornais, muitos críticos de cinema, música e televisão. Mas nem um de rádio.
Será que a rádio é um meio secundário que não vale a atenção dos outros media? Não haverá programas que valham a pena analisar?
Só se fala da rádio nos jornais de vez em quando e cada vez mais raramente. A radiodifusão sonora vai comemorar 100 anos no dia 24 de Dezembro. Sempre quero ver o que irão trazer os jornais portugueses sobre esta importante efeméride.

Fernando Correia: 50 anos de rádio

O jornal “Público” trouxe, no dia 26 de Novembro, uma reportagem sobre o meio século de rádio de Fernando Correia. Não há muita gente (haverá mais alguém?) que possa dizer que esteve tanto tempo a trabalhar em rádio. Na altura, por lapso, não fiz nenhum texto, mas o Francisco Mateus, do Rádio Crítica, fez um excelente texto sobre o Fernando Correia e transcreve a reportagem do “Público” (que só está acessível, no sítio do jornal, mediante assinatura), pelo que recomendo a sua leitura.
Fernando Correia é relatador e o responsável do programa “Bancada Central”, na TSF-Rádio Notícias.

De volta...

Após uns dias sem colocar nenhum texto, estou de volta. Há novas ligações na barra do lado.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Sobre o "Clube de Jornalistas" de ontem na 2:

O programa de ontem do "Clube de Jornalistas" (CJ) focou, principalmente, o futuro do Rádio Clube (RCP). Luis Osório - director do RCP - confirmou que a figura de primeiro plano contratada para o RCP era João Adelino Faria (ex-SIC Notícias) e será o pivô da informação do RCP no período da manhã. Luis Osório revelou também que já está contratado outro jornalista de primeiro plano para o período da noite, mas não quis revelar quem é.
O programa começou com uma pequena viagem ao antigo Rádio Clube Português, fundado por Jorge Botelho Moniz há 75 anos. Claro que a "colagem" a este nome por parte da Media Capital, tem mais a ver com a tentativa de captar ouvintes de uma geração que ainda se recorda da emissora, do que fazer uma rádio à altura do antigo RCP.
Em estúdio estiveram, além de Luis Osório, José Fragoso, director da TSF e João Barreiros, director da Antena 1. José Fragoso ouviu elogios de Luis Osório à TSF - e pareceu consensual que a TSF é a referência do jornalismo radiofónico em Portugal - enquanto que João Barreiros afirmou que a Antena 1 não é herdeira da Emissora Nacional (ou, como recordou Ribeiro Cardoso, a Maçadora Nacional), pois não é uma rádio do Estado, mas sim uma rádio de serviço público, que está ao serviço dos portugueses e não do Estado português - ou seja, não é controlada pelo governo. Se o é ou não...

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Mais um golpe no DAB

As inovações tecnológicas sucedem-se a um ritmo nunca antes visto. Se por um lado é bom, por outro corre-se o risco de uma tecnologia acabada de implementar se tornar obsoleta rapidamente. Este parece ser o caso do Digital Audio Broadcasting (DAB).
Desta vez foi a Suécia que decidiu terminar com as experiências radiofónicas em DAB. Apesar de o governo sueco ter gasto centenas de milhões de coroas na rede DAB, o governo recentemente eleito decidiu não investir mais nesta tecnologia (que muitos especialistas consideram obsoleta), dado que o preço de um receptor DAB ainda é elevado, mesmo para o nível de vida sueco, o que não contribui para que o DAB ganhe ouvintes.

domingo, 3 de dezembro de 2006

E a rádio gerou mais um livro

O nome de Carlos Vaz Marques ficará ligado à história da rádio portuguesa pelo seu programa Pessoal e... Transmissível, que vai para o ar de segunda a quinta-feira, às 19h15, na TSF. Por aquele espaço radiofónico já passaram dezenas de figuras das artes, das letras, da política, etc. O interesse demonstrado pelo programa foi tanto que rapidamente se passou do áudio às letras e surgiu um livro do Pessoal e... Transmissível com uma selecção de entrevistas.
Agora, eis que surge mais uma obra de Carlos Vaz Marques, que congrega entrevistas a protagonistas da música popular brasileira. MPB.pt inclui um CD (com excertos do programa) e será apresentado em Lisboa, na FNAC do Chiado, dia 5 de Dezembro, às 21h, por José Fragoso (director da TSF) e José Nuno Martins (provedor do ouvinte da RDP).

Lançamento, no Porto, do livro A Fonte Não Quis Revelar

A mais recente obra de Rogério Santos ­- A fonte não quis revelar – um estudo sobre a produção das notícias - vai ser apresentada na livraria FNAC de Santa Catarina, no dia 6 de Dezembro, pelas 18:30, pelo professor Eugénio dos Santos, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Este é mais um importante contributo para o estudo e desenvolvimento do jornalismo.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

A posição da RR no referendo sobre o aborto

Na quinta-feira, a Rádio Renascença (RR) declarou que iria apoiar o "não" na questão do referendo ao aborto. Sendo uma emissora católica, pertença do episcopado português, a RR teria de seguir as orientações católicas. Portanto, esta tomada de posição não é de estranhar.
As vozes contra a posição da RR fizeram-se ouvir de imediato. Avelino Rodrigues, vice-presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, acha absurda a posição da RR e «defende que cada jornalista, independentemente do local onde trabalha, deve ser livre de exprimir a sua opinião em todas as matérias». Um jornalista tem de relatar factos, não tem de dar a sua opinião em antena. Para opinar existem os comentadores. De referir que, embora defenda o “não”, a RR afirma que nos seus espaços informativos «actuará com a objectividade própria dos meios de comunicação social e saberá, por isso, distinguir factos e propaganda, notícia e opinião».
João Paulo Meneses escreveu no Blogouve-se que «os órgãos de comunicação social não devem assumir posições em questões que fracturem os seus leitores/ouvintes/telespectadores (e mesmo os seus jornalistas). Nas outras, nas unânimes, também não há necessidade(…) eu não acho que um jornal, uma rádio ou uma televisão tenham de defender posições. Ideológicas ou não». Não partilho desta opinião. Se a emissora não assumisse publicamente a sua posição, isso sim, seria motivo de reprovação e de forte critica. Assim sendo, os ouvintes sabem o que esperar. E se não gostarem podem sempre mudar de estação.
ACT: 02-12-2006 - Sobre este assunto, o sítio do Clube de Jornalistas tem um artigo muito interessante de João Alferes Gonçalves - RR de Redundância e de Remissão.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Hipótese de revisão da Lei da Rádio

A Lei da Rádio portuguesa não serve, nem nunca serviu, os interesses de operadores e ouvintes. O meio radiofónico português necessita de um estudo profundo e sério, que permita adequar as particularidades da radiodifusão nacional aos novos desafios tecnológicos e aos interesses dos ouvintes.
A hipótese de a actual Lei da Rádio poder vir a ser revista foi levantada ontem por Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, nas comemorações do Dia Nacional da Imprensa.
O Correio da Manhã traz uma pequena notícia sobre este assunto, onde se lê que «o ministro disse que “o Governo está aberto a sugestões”, embora não descortine a necessidade de uma revisão. “Estou apenas a lançar uma hipótese”, diz Santos Silva».
Convém que deixe de ser uma hipótese e passe, rapidamente, a ser um facto.

sábado, 25 de novembro de 2006

RCP: Espero para ouvir

Quase todos os jornais nacionais falaram dos 75 anos do Rádio Clube Português (RCP). "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", "Público", "Jornal de Negócios", "Diário Económico", "Correio da Manhã" e "24 Horas" (não tem sítio na Internet), apresentaram reportagens sobre o RCP, assim como os meios electrónicos Diário Digital, Agência Financeira e Meios & Publicidade (registo necessário). De uma forma ou de outra evocaram uma estação que desapareceu em 1975 (ver texto de 25 de Outubro). Muito se escreveu, também, sobre o futuro da Rádio Clube (a tal emissora que diz que é o RCP). Tudo muito baseado na conferência de imprensa dada pelo seu director, Luís Osório (ver comunicado de imprensa)
Olhando para o futuro, o Rádio Clube promete 20 a 25 convidados no programa da manhã (07h – 10h) e cinco horas de emissões próprias (entre as 12h e as 17h) no Porto, Vila Real, Braga, Coimbra e Aveiro. O número de convidados parece-me francamente exagerado, porque três horas são um tempo limitado para ouvir tanta gente. Presumo que a Rádio Clube convide especialistas nas diversas matérias, porque se forem cidadãos comuns e anónimos a falarem sobre os assuntos do dia, então até se arranjam 50 ou mais. Quanto às cinco horas de emissão local, não serão transmitidas através da rede nacional do Rádio Clube, não chegando as emissões de Vila Real ou Porto, por exemplo, nem a Lisboa, nem às outras terras fora do alcance do emissor local. Já agora, por curiosidade, a Lei da Rádio obriga a 8 horas de emissão local e não apenas 5.
Parafraseando Luís Osório (está escrito em quase todos os jornais), o Rádio Clube vai ser uma estação generalista de informação, que pretende discutir a liderança das audiências em todos os horários sem, no entanto, fazer concorrência à TSF, Renascença ou Antena 1. Mas afinal em que é que ficamos? Se vai ser uma rádio com informação, então vai fazer concorrências às outras três estações de certeza, se vai ser generalista vai ser a mesma coisa. Isto é mesmo conversa de treinador de futebol com "o lugar a arder": “a outra equipa é favorita, mas vamos entrar para ganhar”. E no “fim do jogo” diz: “perdemos, mas fomos melhores em campo”. Somos um país de “rodriguinhos”, nunca vamos directos ao assunto, nunca tomamos posições de confronto (vulgo ”agarrar o touro pelos cornos”), nem assuminos responsabilidades e depois, quando as coisas correm mal, queixamo-nos de tudo e de todos, culpabilizando os imponderáveis e “sacudindo a água do capote”. Se as audiências não forem as esperadas, quero ouvir as desculpas esfarrapadas que serão dadas. Seria muito mais interessante que o director do Rádio Clube assumisse que está no mercado para vencer, retirando ouvintes (para subir nas audiências só pode ser assim) às outras estações.
Em Janeiro de 2007 começa o novo Rádio Clube. Desejo-lhe muitas felicidades e que seja realmente uma emissora diferente, mas espero para ouvir porque tenho as minhas dúvidas.

P.S. 1 – Luís Osório afirmou que o jornalista do programa da manhã "Será uma figura de referência no jornalismo", após uma primeira análise, o personagem que melhor encaixa neste perfil é Sena Santos. Será ele?
Act. 28/11 - Afinal não é Sena Santos.

P.S. 2 - A propósito dos 75 anos do RCP, Rogério Santos escreveu um texto interessante que resume a história daquela estação.

P.S. 3 – Além do Indústrias Culturais, os blogues NetFM, Rádio e Jornalismo, A Minha Rádio e Blogouve-se também têm textos sobre o assunto.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

A RUC precisa de técnicos e locutores

Alguém da RUC (Rádio Universidade de Coimbra) deixou uma mensagem no texto anterior: «A Rádio Universidade de Coimbra precisa de novos locutores e novos técnicos de som - inscreve-te nos cursos de formação prévia!
CURSO DE LOCUÇÃO E REALIZAÇÃO
Dirigido essencialmente a amantes de música, o curso de "programação" vai preparar as novas vozes que darão conteúdos a futuros programas da RUC. Objectivo: experimentação em rádio. Inscrições até 24 de Novembro.
CURSO DE TÉCNICA DE RADIODIFUSÃO
O técnico RUC solda cabos, faz spots e jingles, prepara noticiários, escala antenas, domina potenciómetros, discorre sobre impedância, inspecciona emissores, equaliza graves e agudos, dá som a convívios, ouve boa música e cria momentos mágicos. A força da técnica e, muitas vezes, a técnica da força - inscreve-te até 17 de Novembro.
INSCRIÇÕES: Secretaria da RUC no edifício A.A.C. (junto à Praça da República), no horário 11-13h e 14-17h.
INFORMAÇÃO SOBRE OS CURSOS RUC: http://www.ruc.pt/cursos.php».
Sou um fã da RUC. Pelo menos lá ainda se respira rádio.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

A digitalização nos media portugueses

O blogue Indústrias Culturais traz uma interessante análise ao relatório preliminar “A Digitalização no Sector da Comunicação”. Esta investigação envolve vários países europeus e, em Portugal, é coordenada por Fernando Cascais (Cenjor) e José Luiz Fernandes (SJ).
O impacto do digital na rádio já se faz sentir há mais de uma década. Diz o relatório que «A digitalização traria maior poder aos jornalistas, alargando as suas funções. (...)No caso da rádio, os jornalistas passaram a editar sons, através de software instalado». Claro que os jornalistas passaram a editar sons, substituindo os operadores de som, mas a deficiência de formação na área do áudio e da informática trouxe outros problemas, como sons mal cortados ou lentidão na edição, por desconhecimento de funcionalidades de software, entre outras coisas.
A digitalização era um caminho que os media teriam de percorrer mais cedo ou mais tarde. A parte mais positiva da digitalização da rádio foi a redução de custos com equipamento técnico: o material áudio tornou-se mais barato, ao mesmo tempo que era mais fiável, além da qualidade sonora ter melhorado significativamente. O negativo foi a já referida redução de pessoal. Por exemplo, na RTP (televisão) «a digitalização terá sido responsável pela redução de quadros, de 2800 para 2000». Houve emissoras que pura e simplesmente reduziram o pessoal operacional a zero - o computador faz toda a emissão sem custos.
O digital trouxe novos desafios e novas oportunidades, é um facto. Mas, para aproveitar todas as suas potencialidades, há que investir na formação profissional contínua dos activos, conforme refere o relatório. Infelizmente são poucas (se calhar até nenhuma) as empresas de comunicação social que apostam na formação, mesmo que esta seja financiada pelo IQF.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Os (futuros) estatutos da Rádio e televisão de Portugal

Está disponível no Portal do Governo um ficheiro pdf com a Proposta de Lei que reestrutura a concessionária dos serviços público de rádio e de televisão. Esta proposta é válida para a rádio e para a televisão, e está em discussão pública até 15 de Dezembro.

domingo, 19 de novembro de 2006

A comunicação social no Porto

Há um texto interessante no blogue Travessias Digitais sobre a Comunicação Social no Porto. É um facto que na imprensa a área metropolitana do porto tem vindo a ficar cada vez mais afastada das páginas dos principais jornais nacionais. O Porto (cidade) já não tem rádios locais controladas por empresas com sede no Porto: a Rádio Festival e a Rádio Nova – as únicas que têm estúdios e emissão 24 horas por dia do Porto - são controladas pela empresa Música no Coração, que tem sede em Lisboa. As restantes são simples retransmissores de estações da capital.
No entanto, foi referenciado no Travessias Digitais, num comentário de João Paulo Meneses, um caso importante na radiodifusão nortenha: Antena 1, Rádio Renascença e TSF-Rádio Notícias têm períodos de emissão em que os noticiários são editados desde os estúdios da Invicta.
Estas três emissoras são as que mais importância dão aos blocos noticiosos. O Rádio Cube (RCP) vai reformatar o seu modelo de emissão, passando a ser uma estação de notícias, do género de TSF. Falta saber se haverá noticiários editados desde os estúdios do Porto do RCP.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Um bom espaço radiofónico

Não é só nas “grandes” emissoras que existem bons programas de rádio. As estações locais são também capazes de produzir programas com qualidade. Um destes programas é o "Banco de Ensaio", um espaço integrado no programa “Atlântico”, de Bruno Gonçalves Pereira, da responsabilidade de Luís Silva do Ó, e que passa na Antena Miróbriga (Santiago do Cacém).
"Banco de Ensaio" é um espaço radiofónico que afirma que «os novos discos do mundo, muitos deles desconhecidos em Portugal, provam que se continuam a produzir grandes canções que vale a pena descobrir e que a rádio continua a cumprir a sua função de grande divulgador musical».

domingo, 12 de novembro de 2006

Rádios Regionais

As emissoras radiofónicas em Frequência Modulada, em Portugal, têm alvará de cobertura local, regional e nacional. No entanto há diversas emissoras locais que usam o termo “regional”. Por exemplo, a Rádio Regional de Arouca e a Rádio Regional Sanjoanense são rádios locais que usam o termo “regional” na sua designação. É uma realidade que servem uma região mais vasta do que a localidade onde tem sede.
Recentemente apareceu uma nova emissora regional: a Rádio Regional Centro, uma associação de três emissoras locais. Uma curiosidade: a Rádio Regional Centro tem como lema «Música 100% em português». Este é um contraste enorme com a Rádio Regional Norte que praticamente só passa música de origem estrangeira - denominam-se como a rádio mais jovem. Esta emissora, pelos vistos, deixou de estar online, pois a ligação http://www.radioregional.com.pt/ já não funciona.
Curiosamente, aos olhos da lei apenas duas emissoras são regionais: o Rádio Clube (regional Sul), cujas frequências foram inicialmente da Correio da Manhã Rádio, e a TSF-Rádio Notícias (regional Norte), que ocupa as frequências originalmente atribuídas à Rádio Press.
Seria interessante que o governo revisse a distribuição das emissoras: locais, com menos potência; regionais (podiam ser de cobertura de áreas metropolitanas, distritos, etc.), pois a área Norte / Sul não serve para nada, nem faz sentido, pois, com a aquisição de emissoras locais por parte das detentoras do alvará regional, já não existem rádios regionais, mas sim nacionais; e, claro, nacionais, com cobertura de Portugal continental e ilhas.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

A (ridícula) revisão salarial do meio radiofónico

Depois de mais de três anos a escrever sobre a rádio portuguesa, tiro uma conclusão: temos uma rádio com altos e baixos, mas que tende cada vez mais, infelizmente, para a mediocridade. Alguns factores contribuem para que a rádio não tenha um nível elevado e um deles é o nível de especialização de quem nelas trabalha, o outro é a fraca retribuição que os trabalhadores das emissoras portuguesas auferem. Um está relacionado com o outro.
Foi assinada, recentemente, a revisão salarial entre a Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) – que representa uma grande parte das emissoras portuguesas, com excepção da RDP e da RR – e os sindicatos do sector. Segundo a nova tabela, o valor mínimo é € 388, 21 e o máximo é € 1203,45. O valor mínimo não corresponde à realidade da Rádio Comercial, do Rádio Clube e da TSF, mas quase de certeza que há muitas emissoras locais que o praticam. Num meio que deve ter um elevado nível de especialização estes valores são ridículos.
Há quem advogue que só seja jornalista quem tiver um curso superior e depois a APR estabelece que uma estação só esteja obrigada a pagar, a um licenciado, € 388, 21. Qualquer outra profissão que apenas requeira que um trabalhador saiba ler e escrever paga mais.
Por muita vontade que um jornalista (animador ou técnico) tenha de trabalhar em rádio, acaba por ir para outro local onde lhe paguem mais. Um animador é a “imagem da estação” e devia ser bem pago por isso, pois é uma parte importante da estação e será uma das razões que os anunciantes decidem fazer publicidade na estação, mas um bom animador (locutor, apresentador, comunicador, chamem-lhe o que quiserem) acaba por desistir do meio e ir trabalhar para outra profissão, porque o salário pago na rádio não dá para viver. Um operador de som terá sempre de ser especializado, já que trabalhar como técnico implica conhecimentos de som, de áudio, de informática, electrónica e, dependendo da emissora, de jornalismo, pois a qualidade sonora, e não só, passa por ele. Paga-se mal, portanto emprega-se só "quem dê um jeito" (se percebe do assunto, ou não, não interessa), pois quem sabe do ofício não pode viver dele. E quem paga é a qualidade da emissão.
Com estes salários a rádio portuguesa não atrai os melhores e, portanto, tornar-se-á medíocre e imprestável, pois não formará nem informará – como é o dever dos órgãos de comunicação social - e tornar-se-á, como algumas emissoras já são, um reles toca discos.
P.S. - É interessante o texto "O ensino do jornalismo visto pelos estudantes" e os comentários, no blogue "Rádio e Jornalismo".

sábado, 4 de novembro de 2006

Sena Santos regressa... em Podcast

A notícia de que Sena Santos, ex- jornalista da Antena 1, se tornou num podcaster vem hoje no jornal “Público” ( o blogue “Chão de Papel” já tinha escrito, ontem, sobre o facto), satisfazendo, em parte, os apelos que se iam fazendo ouvir, para que ele regressasse à rádio.
Sena Santos pode, então, ser escutado em http://senasantos.podcasts.sapo.pt/.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A rádio ganhou (alguns) ouvintes

O Bareme Rádio da Marktest disponibilizou as audiências radiofónicas do terceiro trimestre de 2006, mostrando que a rádio recuperou 13 mil ouvintes em relação ao mesmo período de 2005. Mas ainda está muito longe de recuperar os 307 mil que perdeu no primeiro trimestre de 2006. No entanto, o terceiro trimestre (Julho, Agosto e Setembro) é sempre um período de reduzido consumo radiofónico, já que este é o período de férias para a maioria dos portugueses.
De destacar apenas que a Rádio Renascença (RR) subiu em relação ao período homólogo de 2005, invertendo assim a tendência dos últimos tempos, mas esta subida não tem uma relação directa com a remodelação que a RR sofreu há pouco tempo. O Rádio Clube (RCP) – que reformulará o seu formato em Novembro - continua em queda com menos 25% de Audiência Acumulada de Véspera (AAV) do que no mesmo período do ano transacto.
Ficam aqui as AAV do terceiro trimestre de 2006:
RFM - 13,7%
Rádio Renascença - 10,1%
Rádio Comercial - 6,9%
Cidade FM - 4,8%
Antena 1 - 4,7%
TSF - 4,4%
Rádio Clube - 2,4%
Mega FM – 1,5%
Antena 2 – 0,7%

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Nos primórdios da radiofonia

Nas primeiras décadas do século XX, a radiofonia era alvo de investigação (na área do áudio, da propagação electromagnética, etc.) e surgiram alguns aparelhos para fazer experiências que resultassem numa melhoria do novo medium. Alguns instrumentos caíram no esquecimento, porque não tiveram nenhuma utilidade para além das experiências radiofónicas, mas outros foram convertidos a outras funções com sucesso.
Escrevi sobre dois aparelhos interessantes, no meu outro blogue, que tiveram origem nas experiências com a rádio. O Trautonium – um aparelho usado para fazer experiências áudio – e o Theremin - cuja primeira utilização era a de estudar as interferências na recepção electromagnética (ondas de rádio). São dois instrumentos muito interessantes.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Uma boa ideia

O Francisco Mateus – animador na TSFcoloca à disposição dos ouvintes a série de programas "Como no Cinema", no blogue comonocinema.blogspot.com. Estes programas fora realizados pelo Francisco Mateus e foram emitidos na TSF em 2000 e em 2001.
Os programas ficarão à disposição em podcast, para simples audição ou para descarga para o computador.
É uma boa ideia, portanto quem tem programas de outros tempos pode disponibiliza-los também. É uma forma de perpetuar e partilhar a memória da rádio.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Uma homenagem póstuma

Faleceu no Sábado Artur Varatojo, que ficou conhecido como “Inspector Varatojo”. Ouvintes, leitores e telespectadores admiraram e deleitaram-se com o trabalho deste homem. O sítio “Clássicos da Rádio” presta-lhe uma justa homenagem.
Artur Varatojo tem um sítio oficial na Internet, onde é possível acompanhar o percurso deste autor que encantou gerações de portugueses. O “Clássicos da Rádio” também tem alguns programas radiofónicos de Artur Varatojo, emitidos nas décadas de 1950, 1960 e 1970.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Rádio e Internet

A Internet tem-se mostrado uma forte aliada da rádio. A provar isso mesmo está o estudo Netpanel, da Marktest. Entre Janeiro e Setembro de 2006, metade dos internautas portugueses visitaram sítios de rádios nacionais, sendo a TSF-Rádio Notícias a emissora preferida daqueles que optam por escutar rádio pela Internet.
Segundo a Marktest, o foi o sítio tsf.sapo.pt que recebeu maior número de visitantes, com 692 mil utilizadores únicos. O cotonete.clix.pt foi o segundo mais visitado, por 589 mil utilizadores únicos, seguido do cidadefm.clix.pt, com 400 mil utilizadores únicos.
Uma análise ao perfil dos internautas que visitam estes sítios mostra que «64.6% deles são homens, 56.8% têm entre 15 e 34 anos, 33.2% pertencem às classes sociais alta e média alta e 46.8% residem nas regiões da Grande Lisboa ou do Litoral Norte.
Os jovens entre os 15 e os 24 anos são os que apresentam maior afinidade com os sites de rádios nacionais, pois estão aí mais representados do que na média do universo
».

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Será bom ou mau?

A Prisa prepara-se para adquirir o controlo total da Media Capital, através de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). Falta saber que efeito esta operação terá na radiodifusão nacional. As emissoras seguirão o modelo radiofónico espanhol da Prisa? Será reabilitada a Onda Média? Serão agregadas mais rádios locais às estações da Media Capital? Estas são algumas das (muitas) questões a que o futuro responderá. Mas falta ainda a palavra da RTL, uma forte accionista da Media Capital.
A Agência Financeira desenvolve o assunto.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Os pretensos 75 anos do RCP

Passa uma promoção no Rádio Clube sobre os 75 anos do extinto Rádio Clube Português (RCP). Vozes (já desaparecidas) que marcaram aquela estação emissora portuguesa, e a própria rádio em Portugal, são usadas para ilustrar o que a Media Capital pretende que venha a ser a celebração de uma efeméride radiofónica. Só que o Rádio Clube Português desapareceu há 31 anos, com a nacionalização das emissoras radiofónicas portuguesas.
O Rádio Clube Português teve um tempo que terminou a 2 de Dezembro de 1975. Foi absorvido pela, na altura, recentemente criada RDP e mais tarde as suas frequências foram o suporte da “Rádio Comercial”, hoje também nas mãos da Media Capital. No início da década de 1990 a família Botelho Moniz (na altura detentora do nome RCP) tentou, através de uma parceria com algumas emissoras, incluindo a Rádio Nova do Porto, relançar a mítica estação, sem sucesso. Há pouco mais de três anos o nome reapareceu, já que a Media Capital adquiriu os direitos de usar o nome Rádio Clube Português à família Botelho Moniz. Só que foi sol de pouca dura. Uma remodelação na estrutura da emissora teve efeitos na designação do RCP, que passou a ser simplesmente Rádio Clube. Ou seja O RCP ressuscitou mais vezes do que todas as figuras bíblicas. E parece que assim vai continuar.
De referir que mesmo com a designação RCP, numa tentativa de colagem à extinta emissora de Botelho Moniz e na conquista dos ouvintes que ainda se lembravam daquela emissora, nunca a Media Capital teve grande sucesso, pois não inovou (o que era um emblema do antigo RCP), mas copiou formatos, numa tentativa de aliciar o auditório da Rádio Renascença. As audiências mostraram que entre escutar a Rádio Renascença e uma cópia, os ouvintes preferiram o original. Concordo, portanto, com o António Silva de “A Minha Rádio”: «o actual Rádio Clube está a milhas de distância do nome ao qual pretende colar-se».

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

A não perder em Lisboa

Rogério Santos, um dos maiores conhecedores da história da rádio portuguesa, vai falar amanhã, sobre "Os pioneiros da rádio em Portugal (1924-1939). Alguns elementos sociológicos e históricos", pelas 18h00, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (auditório 1, à Avenida de Berna, Lisboa).

Congresso de futuros comunicadores

O curso de Comunicação Social e Educação Multimédia, da Escola Superior de Educação de Leiria vai realizar o Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação. A iniciativa tem como finalidade reunir alunos de todo o país, que frequentem cursos ligados à área científica do Jornalismo e da Comunicação. A congresso está marcado para os dias 03, 04 e 05 de Novembro, nas instalações da Escola, e conta com a presença de reconhecidos académicos e profissionais ligados ao jornalismo e não só. O tema central do Encontro é “Aprender a comunicar estórias”.
Mais informaçõespodem ser encontradas no sítio oficial do encontro.

domingo, 22 de outubro de 2006

Muito útil*

A National Public Radio disponibiliza um conjunto de informações muito interessantes para quem trabalha no meio.
O “Next Generation Radio - Training Guide” é um ficheiro pdf que pode ajudar muitos profissionais da rádio - e não só - já que as acções de formação normalmente não chegam a todos.

A desculpa esfarrapada

O Provedor do Ouvinte do serviço público de radiodifusão referiu, no seu último programa (ainda não está disponível no sítio da RTP), que não foi possível a transmissão, durante 40 minutos, do relato de futebol desde o Estádio do Dragão devido a «um problema técnico».
Sempre que algo corre mal, é «um problema técnico». Mas, na generalidade dos casos, não é por causa dos técnicos (de som, operadores áudio, sonorizadores, etc.) que acontecem os problemas, mas muita gente não entende assim. Embora não sendo o caso, a maioria das vezes que alguém refere «um problema técnico», está é a "sacudir a água do capote". É por isso que estou farto de ouvir esta desculpa esfarrapada.

sábado, 21 de outubro de 2006

Um Indústrias Culturais renovado

Um dos meus blogues de culto renovou-se graficamente. O Indústrias Culturais está muito interessante, foge à vulgaridade dos templates que a blogger disponibiliza e faz uma homenagem à rádio, já que no frontispício aparece a imagem de Maria Arliette Rodrigues Moreira, uma jovem cantora da Rádio Peninsular de Lisboa, na década de 1930.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Contribuição para o Audiovisual aumenta

98,3 milhões de euros é quanto a "Contribuição para o Audiovisual" vai render à RTP. 50 milhões são para a RDP, mas como o financiamento do serviço público de rádio e televisão não é só feito com a contribuição de quem tem um contador da EDP, do orçamento de estado para 2007, estão previstos 308 milhões de euros. O aumento da "Contribuição para o Audiovisual" é de 1,67 para 1,71 euros mensais. Ou seja, um acréscimo de quatro cêntimos na factura da luz.
Já que temos de pagar ( e pagamos, quer queiramos quer não) podemos exigir. Portanto, se há um aumento na contribuição, exijo um aumento da qualidade do nosso serviço público de rádio e televisão, pois «nunca a RTP/RDP recebeu tanto dinheiro em termos absolutos e que custa aos portugueses mais do que a soma dos custos dos principais operadores privados de rádio e de televisão».

Curso de Técnicas Vocais

Estão abertas as vagas para o curso de "Técnicas Vocais", a realizar em Lisboa durante o mês de Novembro, no Estúdio de Rádio da Universidade Autónoma de Lisboa. O curso é ministrado por Ana Ester Neves (na parte de relaxamento e técnicas vocais) e Vítor Nobre (na parte de locução e finalização pragmática do uso da voz).
São destinatários deste curso os actuais ou futuros apresentadores e jornalistas de meios audiovisuais e locutores de publicidade. A selecção dos inscritos está sujeita a uma prova de voz para além da análise do Curriculum Vitae e uma breve entrevista.
Mais informações no sítio do RadioLab.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Censura e precariedade no jornalismo português

Silvino Évora, autor do Blogue “Nós Media” deu uma entrevista ao “Jornal de Notícias”, a propósito da "Concentração dos média e liberdade de imprensa", o tema da sua Tese de Mestrado.
A concentração dos órgãos de comunicação social limita a capacidade dos jornalistas e a sua liberdade de expressão, acentuada ainda pela precariedade reinante na classe que "pode ser vista como a nova forma de censura". (...)"as direcções das empresas jogam com o jornalista utilizando diversos trunfos, sobretudo os referentes à condição de precariedade e ao excessivo número de licenciados que procura emprego". Silvino Évora vai mesmo mais longe "O jornalista sabendo isto não põe em risco o seu emprego nem ultrapassa o imposto, limitando o seu trabalho e a liberdade de expressão".

Emissoras privadas não querem provedor

A figura do provedor do ouvinte é uma realidade nas maiores estações de radiodifusão privadas do mundo. Mas as emissoras privadas portuguesas acham que não precisam de provedores do ouvinte.
Segundo o jornal “Correio da Manhã”, «José Fragoso, director da TSF, assume que “um provedor pode contribuir para afinar alguns conteúdos”, mas diz que ainda não conseguiu “encontrar uma justificação para a sua generalização. Francisco Sarsfield Cabral, director de Informação da Renascença, também acredita que o surgimento do provedor do Ouvinte “é positivo”, já que “obriga a uma certa autocrítica e disciplina”, mas confia na “disciplina do mercado” à qual os privados estão sujeitos».
Uma justificação para a criação do provedor dos ouvintes pelas estações privadas está na obra Tudo o que se passa na TSF ...Para um livro de estilo: «É fundamental garantir a capacidade de corrigir os erros cometidos e contrariar a célebre frase de Balsac, segundo a qual “para um jornalista, tudo o que é provável é verdadeiro”. Em nome do valor mais importante que existe no jornalismo, a credibilidade!»

A ler no blogue NetFM...

...o artigo que Paula Cordeiro escreveu para a revista “Media XXI” – Uma certa Química no ar....

Um blogue chamado REPERTORIUM

O REPERTORIUM é o meu outro blogue. É um exercício académico, portanto um pouco diferente deste espaço. O REPERTORIUM vai focar temas relacionados com “o mundo da música e as músicas do mundo”.
A ligação já está na coluna do lado

domingo, 15 de outubro de 2006

Dados de escuta radiofónica em 2005

Segundo o Bareme Rádio da Marktest, no ano passado 29,4% dos portugueses ouviram rádio no carro, 28,4% em casa, 10,2% no trabalho e 1,25% noutro local.
É preocupante para a rádio que sejam apenas 1,25% dos portugueses a escutá-la "noutro local", pois vê-se cada vez mais gente com auscultadores nas orelhas, mas que não estão a sintonizar uma estação radiofónica, mas sim a ouvir música da sua preferência em Leitores de Áudio Digital (LAD).

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Encontro Nacional de Rádios da ARIC

Via e-mail:
«Irá decorrer nos próximos dias 14 e 15 de Outubro, mais um Encontro Nacional de Rádios promovido pela ARIC – Associação de Rádios de Inspiração Cristã.
Este encontro realizar-se-á na Calheta, Região Autónoma da Madeira e está integrado no programa de comemorações do décimo quinto aniversário da ARIC, ao qual se associam as comemorações do quinto aniversário da Rádio Calheta.
Do intenso programa de actividades deste Encontro Nacional destacam-se a realização de duas conferências cujos painéis de debate irão ser subordinados a temáticas de enorme actualidade para o meio rádio, como sejam: “A Justiça e a Comunicação Social” e “A Comunicação Social Privada em Portugal”.
Os convidados para os dois painéis agendados, são respectivamente o Sr. Dr. Juiz Paulo Barreto, Presidente da Vara Mista do Funchal, o Sr. Presidente da ARIC, Joaquim Sousa Queiroz e o Sr. Presidente da Rádio Calheta, rádio anfitriã, para o primeiro painel. No que respeita às presenças no segundo painel está assegurada a presença do Dr. Nelson Ribeiro, investigador e director do Canal Renascença do Grupo RR, entre outros directores de rádios associadas tendo como base as diversas realidades para o continente.
O encerramento dos trabalhos será presidido pelo Sr. Secretário Regional dos Recursos Humanos da Madeira e pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal da Calheta, Sr. Manuel Baeta de Castro.
Integradas igualmente nestas comemorações fazem parte, para além de um vasto programa cultural, as inaugurações da exposição intitulada “História da Rádio”, no Centro das Artes das Mudas, e também a disponibilização da nova página de Internet da Rádio Calheta, porta de entrada e de difusão das actividades da rádio para o mundo.
Porque são propósitos da ARIC, a descentralização do debate, das análises e reflexões sobre os temas da actualidade para o sector da rádio; bem como a formação dos colaboradores ao serviço das rádios suas associadas, este encontro na Calheta, ganha pois uma especial relevância. O propósito de descentralizar, e de não apenas privilegiar os grandes centros com acções deste tipo, funciona assim como factor de reconhecimento de que: se as rádios mesmo nas grandes cidades, defrontam dificuldades, essas mesmas dificuldades fora dos centros urbanos, são amplificadas por via de todos os problemas inerentes à interioridade, aos quais importa dar atenção redobrada».

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Transformações na RDP

Em Janeiro de 2007, a fusão da RTP (ex-Rádio Televisão Portuguesa) e da RDP (Radiodifusão Portuguesa) estará concluída. Presumo que a sigla RDP desapareça e o acrónimo RTP (agora, Rádio e Televisão de Portugal) designe a rádio e televisão públicas.
Também a RDP-Porto vai mudar de instalações em 2007. O destino será o Media Parque de Vila Nova de Gaia, que deverá estar pronto em Março do próximo ano. Parece que é desta que a RDP-Porto sai das velhinhas instalações na Rua Cândido dos Reis (para quem não conhece, fica junto à Torre dos Clérigos). Já se falava, há mais de uma década, de uma mudança de localização dos estúdios (falava-se na ida para Matosinhos), já que o local onde a RDP-Porto habita é de difícil estacionamento e o trânsito das redondezas é caótico.
Esta mudança só nos vai custar 3,35 milhões de euros.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Listas de difusão na Antena 1

As listas de difusão (play lists) nas emissoras da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) foram assunto nos dois últimos programas do Provedor do Ouvinte do serviço público de radiodifusão.
No programa do Clube de Jornalistas, de 27 de Setembro, foi-me permitido colocar uma questão ao provedor do ouvinte da RTP e foi precisamente sobre a lista de difusão da Antena 1: o porquê de uma lista de difusão tão idêntica às das rádios privadas e o porquê de tanta música estrangeira. Este assunto foi abordado nos dois últimos programas do Provedor do Ouvinte e ainda será abordado em próximas emissões do “Em Nome do Ouvinte”. Quem (ou)viu as suas reclamações, precisamente sobre este tema, serem atendidas foi Álvaro José Ferreira, do blogue “A nossa Rádio”.
Não sou fã de listas de difusão ou de quotas de música na rádio, muito menos na rádio pública – paga com o dinheiro de todos nós. Clama-se que não há suficiente divulgação dos artistas portugueses nas nossas emissoras, mas a verdade é que, nas rádios privadas, cada uma tem a sua estratégia para captar mais ouvintes. Ora, se não passar música de artistas portugueses traz mais ouvintes a uma determinada estação, porque é que ela tem de ser obrigada a tal? Será que para cumprir a lei teremos de ter todas as emissoras iguais?
Já no sentido inverso está o serviço público de radiodifusão sonora. É às emissoras que prestam este serviço que compete divulgar a música e os artistas nacionais. Não defendo, no entanto, que tenha de ser só música portuguesa, mas prestar serviço público é, precisamente, fazer aquilo que as estações privadas não fazem - porque estão empenhadas na luta pelas audiências – mas o caminho pode (deve) ser mostrado pela RDP. Se com o aumento das passagens dos artistas nacionais na Antena 1 as audiências subirem, as emissoras privadas certamente seguirão o figurino.
Um exemplo de como a RDP – a concessionária do serviço público de rádio em Portugal – pouco difere das estações comerciais foi escutado por mim, no sábado, depois das 15h00 (penso que o animador chamou ao programa “caixa de música”). A primeira meia hora foi composta por cinco músicas estrangeiras e só sensivelmente a meio do programa é que os GNR se apresentaram em antena. A restante hora teve outras cinco músicas em inglês, com promessa de a hora seguinte (que já não escutei) abrir com mais música anglo-saxónica. Durante o tempo que estive à escuta o animador pouco se apresentou em antena. Este podia ser um programa de uma qualquer rádio local portuguesa.

sábado, 7 de outubro de 2006

Rádio Clube vai alterar o formato

Após alguns meses de rumores, chega a confirmação: em Janeiro próximo a Rádio Clube, da Media Capital Rádios (MCR), vai alterar o seu formato para ser uma rádio-notícias, tal como a TSF.
O projecto será apresentado no dia 22 de Novembro, dia do 75º aniversário do (saudoso) Rádio Clube Português – a estação emissora que cedeu o nome à Rádio Clube.
O Rádio Clube vai ter como consultores os espanhóis da Prisa, que detêm 33% da Media Capital e que contam com a experiência adquirida, em Espanha, na Cadena Ser - propriedade da Prisa - a maior cadeia radiofónica do país vizinho.
Em Espanha, o formato da Cadena Ser tem um enorme sucesso - é líder em todos os horários, com cinco milhões de ouvintes, quase tantos como os que todas as emissoras portuguesas têm - mas falta saber se o modelo será aplicado em Portugal. É que as realidades (radiofónicas, culturais, económicas, etc.) são diferentes, assim como os próprios comunicadores que trabalham nas estações.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

A Antena 2 em directo

Ontem, a Antena 2 transmitiu um concerto do “Duo Contracello” em directo desde o Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto. Esta emissora prestou, mais uma vez, um verdadeiro serviço público de radiodifusão, pois divulga a música portuguesa que normalmente está arredada das outras emissoras. Como estive no concerto, não podia escutar a transmissão da Antena 2, mas registei-a em D.A.T..
No campo técnico, a transmissão estava boa. Os instrumentos foram bem captados*, assim como a ambiência da sala. Claro que uma emissão em Frequência Modulada tem limitações, pois tem inerente um ruído de fundo perfeitamente audível nos momentos de silêncio, além do espectro áudio estar limitado a uma gama de frequências entre os 30 Hz e os 15 000 Hz. Além disso, as limitações de algum equipamento utilizado nas emissoras reduzem a escala de frequências (uma emissora FM transmite entre os 50Hz e os 12500 Hz).
A emissão em Digital Audio Broadcasting (DAB), que não escutei, está menos sujeita a interferências, mas está limitada, também, ao equipamento usado. A emissão foi enviada desde o Palácio da Bolsa para os estúdios da RDP por linha telefónica RDIS, via satélite, em estéreo, com uma codificação de 128 kb**.
A qualidade da emissão, em FM, da Antena 2 é boa, e penso que com o equipamento utilizado seria difícil fazer melhor.
O “Duo Contracello” brilhou e apresentou um trecho – incluído no novo CD – de Carlos Azevedo, um compositor português, demonstrando, assim, que o que é nacional é tão bom ou melhor do que o que se faz lá por fora.


* Na captação dos instrumentos, foram utilizados dois microfones AKG C 414 (o meu microfone de referência).
** Em termos de comparação o CD áudio tem um bitrate de 256 kb e a emissão radiofónica digital só é superior à de FM a partir dos 160 kb. No entanto a codificação utilizada pela esmagadora maioria das emissoras em DAB utiliza apenas 128 kb.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

domingo, 1 de outubro de 2006

Há 40 anos...

...Nascia o autor deste blogue, na cidade Invicta. O dia foi bem escolhido, pois hoje também se comemora o “Dia Mundial da Música” e Música e Rádio são indissociáveis.
O jornal “Correio da Manhã” traz uma lista das iniciativas que servem para comemorar a data.

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Memória da rádio desvanecida

No jornal “Público”, Adelino Gomes assina uma notícia sobre o estúdio do Rádio Clube Português a partir do qual se fez, há 32 anos, o primeiro comunicado dos militares revoltosos que na madrugada do dia 25 de Abril abriram as portas da liberdade em Portugal.
O estúdio está a ser desmantelado e desapareceu um microfone. Fernando Alves, no seu apontamento diário na TSF, os “Sinais”, fez eco do artigo de Adelino Gomes.
Depois de tão brilhantes palavras tudo o que eu possa escrever sobre o assunto é redundante.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

A música na rádio - II

Fala-se muito da música portuguesa na rádio, no entanto, o conceito de “música portuguesa” pode ser entendido apenas como o Fado, o Folclore e Música Tradicional. Outros géneros, como Rock, Pop, Música de Câmara, Blues, House, Reggae, Jazz, Techno, etc., não foram inventados por portugueses. Os artistas nacionais apenas mimetizam estes (e outros) géneros musicais.
Por exemplo, o Marco Paulo cantou (canta) em português sucessos da música ligeira alemã, os UHF tocam rock, um género musical que nasceu nos Estados Unidos. O Hip-Hop, o género musical do grupo Da Weasel, também tem origem Americana. Portanto, no lugar de se falar de música portuguesa devia-se falar de artistas portugueses.
As quotas de música portuguesa na rádio geraram polémica entre artistas, operadores de radiodifusão e ouvintes. Na verdade, pouco ou nada adiantou a nova Lei da Rádio para o promoção dos artistas nacionais ou para o fomento do meio radiofónico.

Sobre o “Clube de Jornalistas”

Não tive oportunidade de ver o “Clube de Jornalistas” (CJ) de ontem na “2:”, mas registei-o em vídeo. Só no sábado é que vou poder fazer uma análise ao programa, em especial ao que disse o José Nuno Martins.
Entretanto o blogue “Rádio e Jornalismo” já fez algumas considerações interessantes.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Má Onda

Já escrevi sobre a remodelação da “Rádio Renascença” (RR), mas o “Diário de Notícias” traz uma reportagem onde Nelson Ribeiro, director de programas da RR, afirma que alguns horários serão preenchidos com «mais música e menos palavra». Será isto a «Boa Onda da Rádio» apregoada pela RR? É assim que a Renascença quer recuperar os ouvintes que perdeu? Não me parece, porque rádio é companhia e essa só se faz com palavra, existindo um diálogo emocional entre o ouvinte e a emissora. Sem palavra isso não é possivel. A rádio torna-se um gira-discos enfadonho que toca músicas que, muitas vezes, nem são do agrado de quem está à escuta. Resultado: os ouvintes mudam de sintonia.
Ainda que duvide dos estudos de audiências da Marktest, vou esperar para ver quais são os resultados em Janeiro.
Acho que «mais música e menos palavra» é muito má onda, principalmente para uma estação como a RR.

Em Portugal, nada de novo na rádio digital

Em resposta a umas questões colocadas nos comentários no texto anterior, nada mudou na rádio digital em Portugal nos últimos anos. Continua tudo na mesma. Em DAB só emite a RDP, em DRM nem se fala, embora a estação da Deutsche Welle, em Sines, emita para a Europa (não sei se é possível captar o sinal em Portugal).

terça-feira, 26 de setembro de 2006

A música na rádio – I

Desde que a rádio democratizou a música os movimentos juvenis criaram a sua própria sonoridade. Criaram estilos musicais que ora contestam regimes políticos, ora apadrinham estilos de vida. A música é um reflexo das condições em que se desenvolve a sociedade.
O conceito do que é música pode ter diversas definições. Muitos tentaram impor o seu ponto de vista sobre o que ela realmente é, mas a sua origem, essência e actuação não podem reduzir-se a um denominador comum. Para uns, a música não é mais que sons ligados entre si por leis matemáticas simples, susceptíveis de serem designados por uma nota musical, devido a serem vibrações periódicas com altura definida. Para outros, música é tudo o que lhes proporciona prazer através da audição, nem que sejam vibrações não periódicas, numa mistura de frequências muito complexas a que outros, normalmente, chamam de barulho. A percepção do que é música varia de indivíduo para indivíduo e depende muito da cultura onde este está inserido, do grau académico, do meio que o rodeia, etc.
É um facto que a música une as pessoas em torno dela. As “tribos urbanas” – Rockabillys, Clubers, Góticos, Surfistas, Punks, Hippies, etc. – têm como denominador comum um género musical que reflecte o seu estilo de vida. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem rádios dirigidas às “tribos urbanas” devido ao grande número de indivíduos que as compõem. Em Portugal não era possível fazer uma rádio só para rockabillys, Punks, ou outro grupo qualquer, pois o número de indivíduos que compõem essas tribos (mesmo com os simpatizantes) é insuficiente para gerar audiências capazes de atrair publicidade à emissora. E as estações de radiodifusão privadas (sobre)vivem exclusivamente de publicidade.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Provedores no CJ

O próximo programa do “Clube de Jornalistas” (CJ) vai ter em estúdio o Provedor do Ouvinte e o Provedor do Telespectador da Rádio e Televisão de Portugal, numa entrevista dirigida por Ribeiro Cardoso.
No programa serão apresentadas aos provedores perguntas previamente gravadas. O CJ teve a amabilidade de me convidar para colocar uma questão a José Nuno Martins, o Provedor do Ouvinte da RDP.
O programa “Clube de Jornalistas” irá para o ar na próxima quarta-feira, na 2:, às 23h30.

Mais um programa radiofónico em livro

Na próxima quinta-feira, pelas 18h30, será apresentado o livro Ecos da Lusofonia – 7 Anos de Rádios em Cooperação, no Anfiteatro da Rádio Renascença (na Rua Ivens 14, em Lisboa).
O livro celebra 350 emissões do programa radiofónico Igreja Lusófona, realizado pela Fundação Evangelização e Culturas em parceria com a Rádio Renascença. A publicação, que tem prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa, reúne 20 entrevistas a personalidades que passaram pelo programa, alguns comentários do Padre Tony Neves – editor do programa - bem como uma reflexão sobre o papel das rádios, em especial no continente africano, com artigos do Padre José Luzia (Moçambique), Frei António Estevão (Angola) e Rogério Santos (Portugal).

RR renova-se

A Rádio Renascença (RR) vai, a partir de amanhã, apresentar um novo formato. O público alvo é o situado na faixa entre os 35 e os 54 anos. A "nova" RR, que terá como colaboradores o ex-Presidente da República Jorge Sampaio e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Policarpo, vai apresentar uma nova sonoridade - com a passagem em antena de êxitos musicais das décadas de 60 e 70 - e mais e melhor Informação.
Esta renovação é, certamente, uma tentativa de inverter a queda nas audiências.

sábado, 23 de setembro de 2006

Rádio e Internet

Está disponível no sítio do OberCom o documento “As rádios portuguesas e o desafio do (on) line”. Este trabalho, da autoria de Sandra Amaral, Gustavo Cardoso e Rita Espanha, «faz parte de um conjunto de reflexões realizadas por investigadores do OberCom com base em dados apurados pelo projecto de investigação “O Impacto da Internet nos Mass Media Portugueses”, desenvolvido no âmbito da Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo CIES-ISCTE e tem como principal objectivo compreender as apropriações sociais da Internet no contexto radiofónico português».
Bertolt Brecht - o primeiro teórico da rádio - alertou, na década de 1920, para o facto de as emissoras necessitarem de reforçar a interactividade com os seus ouvintes. Nos primórdios da radiodifusão o telefone foi o principal elo de ligação, mas as potencialidades da Internet levaram a bidireccionalidade a outro patamar. E, segundo os autores do estudo, em Portugal a rádio apercebeu-se cedo disto, pois «a rádio é hoje o medium que em Portugal melhor explorou as potencialidades da Internet».

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Concerto do Duo Contracello em directo na Antena 2 *

Dia 4 de Outubro de 2006, às 19 horas, no Porto, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa terá lugar o lançamento do novo trabalho do Duo Contracello, formado por Miguel Rocha, no violoncelo, e Adriano Aguiar, no contrabaixo. Este concerto será transmitido em directo pela Antena 2.
Vou ao evento, mas gravarei a transmissão em casa, que escutarei posteriormente, já que esta é uma excelente ocasião para avaliar a qualidade áudio das emissões em Frequência Modulada da Antena 2.
A recepção da emissão vai ser feita por um sintonizador AMC T7 ligado directamente, com cabos Nordost Black Night, a um D.A.T. Sony DTC-ZE700 que fará o registo áudio em PCM 16 bits / 48 KHz.

* Via blogue Guilhermina Sugia

P.S. – O Duo Contracello terá uma primeira apresentação do CD no próximo dia 1 de Outubro de 2006, Dia Mundial da Música, em Lisboa, às 19 horas, na Galeria Prova de Artista – Hotel Real Palácio.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

A locução radiofónica

Falar na rádio significa captar o interesse dos ouvintes. A locução (ou animação) na rádio não deve ser demasiado formal, mas sim natural, transmitindo informações com clareza, com frases simples e concisas. O mundo contemporâneo não tem tempo para discursos eloquentes cheios de floreados, até porque hoje em dia a rádio ouve-se, maioritariamente, no carro, onde a atenção está (tem de estar) mais centrada na condução. A mensagem deve, portanto, ser num léxico facilmente entendido por todos. Isto não quer dizer que o vocabulário seja limitado. Os ouvintes esperam mais do animador do que uma linguagem corrente, mas para dizer que «a aspirina alivia a dor de cabeça», não é preciso proferir «o ácido acetilsalicílico atenua a cefalalgia». Erudição ou tecnicismos são ruído*.
O discurso radiofónico não pode primar pelo ruído ou o ouvinte muda de estação, porque não compreende a mensagem. No entanto, pior que discursos prolixos ocos são os “pontapés na gramática”. No programa de sábado passado do provedor do ouvinte da RDP, José Nuno Martins chamou à atenção dos falantes profissionais que ignoram regras elementares do falar na rádio: «(...) Há, por exemplo, experiências recentes bem tristes e que eu considero francamente irrepetíveis ao nível da apresentação dos programas, como é o caso inaceitável do repetido uso descuidado e até ignorante da língua portuguesa em falantes profissionais. Isto não é compaginável com o grau de exigência formal próprio da rádio pública. Sobretudo quando o exercício desses falantes profissionais – os locutores – se refere precisamente às áreas mais concertantes e mais convencionais da expressão artística.
E também existem razões de sobra para que alguns ouvintes se manifestem cansados com os tiques de algumas figuras de antena, ou com as “cliques” lisboetas dos amigos repetidamente trazidos às emissões nacionais (...)».

* Ruído - Tudo o que interfere com a emissão. O que dificulta a compreensão da mensagem pelo receptor por deficiência de formação do emissor.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

“Em nome do ouvinte”

O provedor do ouvinte do serviço público de radiodifusão é, sem dúvida, um exercício pedagógico útil, já que criou uma situação mais transparente na relação entre a RDP e os seus ouvintes.
Já foram emitidos dois programas do provedor do ouvinte da RDP. Podendo estes serem escutados online ou então em podcast.
O segundo programa, emitido no sábado passado, abordou uma questão técnica - a recepção das emissões da RDP – e uma reclamação por parte de um ouvinte sobre a programação da Antena 2.
O provedor do ouvinte, José Nuno Martins, ouve as duas partes, analisa as reclamações dos ouvintes, e permite que os responsáveis pelas situações que geraram queixas dêem uma explicação. Depois de apresentados os problemas, José Nuno Martins aponta o que na sua opinião está errado e formas de o corrigir e, até agora, tenho gostado das suas intervenções. José Nuno Martins tem mais de três décadas de rádio e a sua experiência nesta área enriquece e credibiliza o papel que desempenha.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Uma critica ao “Sol”

O novo semanário “Sol” traz quatro páginas dedicadas à televisão. A rádio não é um medium merecedor de, pelo menos, uma página?

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Dois cursos de rádio na UAL

O Radiolab da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) vai lançar dois cursos de rádio: Animação de Programas de Rádio e Animação para Informação (2ª edição). Estes cursos terão inicio a 25 de Setembro e 9 de Outubro, respectivamente.
Os diversos módulos serão ministrados por Ana Bravo (TSF), Isilda Sanches (Oxigénio), Sena Santos (ex TSF e RDP), Vítor Nobre (UAL), João de Sousa (UAL), Miguel Kellen (UAL), Pedro Dias (Universidade Radar).

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Seminários APR *

A Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) e a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) vão realizar mais um “Seminário APR”, sob o tema “Cooperação entre Rádios”, e terá lugar dia 21 de Setembro, às 15 horas, no auditório de Ciências da Comunicação da UAL
Neste seminário participam João Paulo Faustino, doutorando em Media Management e Visiting Researcher da Jonkonping International Business School na Suécia e especialista na área dos Media; Luís Mendonça, director da Rádio Universidade Marão e vice-presidente da APR; e Manuel Pinto, director da Rádio Ansiães.
Os seminários APR destinam-se a todas as entidades relacionadas com o sector, à comunicação social e a todos os interessados nesta matéria, nomeadamente os estudantes das áreas de comunicação social e das novas tecnologias.


*
Via Radiolab

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

As pessoas gostam *

“O fim da rádio não é para já”. Esta previsão é de Seth Godin, que nos apresenta no seu blogue algumas das razões porque a rádio ainda está para durar.
A ideia da rádio…a ideia de um fluxo de áudio determinado por um fornecedor externo não vai desaparecer tão cedo. As pessoas gostam”. E porquê? Simples. Os ouvintes gostam de ser surpreendidos. Uma coisa é ter música gravada num qualquer suporte (CD, MD, Cassete analógica, etc.), sabendo o que se irá escutar, outra é ouvir uma música, porventura até arredada da memória, enquadrada por um comentário do animador.
É a capacidade de surpreender com o jogo música/palavra que estimula a imaginação de quem sintoniza uma emissora, criando assim um elo emocional agradável entre os ouvintes e a estação radiofónica. É isto a magia da rádio.

* Via Atrium

sábado, 9 de setembro de 2006

O provedor do ouvinte da RDP

O programa do Provedor do Ouvinte da RDP teve início hoje ás 13h08 na Antena 1. “Em nome do Ouvinte”, assim se chama o espaço radiofónico do provedor, será repetido amanhã às 14h00 na Antena 3 e às 17h40 na Antena 2.
O provedor dos ouvintes da RDP é José Nuno Martins, uma figura bem conhecida da rádio e da televisão portuguesas.
A criação da figura do Provedor do Ouvinte no serviço público de radiodifusão é um passo positivo e só dá credibilidade à instituição. Um exemplo que as emissoras privadas deviam seguir.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Vozes da Rádio

Este texto não é uma nova referência ao livro de Rogério Santos, nem sequer uma referência a algum(a) locutor(a) radiofónico. É apenas uma chamada de atenção para o blogue “Vozes da Rádio”, criado pelos membros do grupo vocal portuense homónimo.
A ligação para o “Vozes da Rádio” já está na coluna aí do lado.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

No estúdio, já não no estádio

A RR e a TSF fizeram o relato do jogo Finlândia - Portugal desde os estúdios e o mesmo já tinha sucedido no Dinamarca - Portugal. Apenas a Antena 1 relatou desde o Estádio Olímpico de Helsínquia. Esta situação aconteceu porque as federações dinamarquesa e finlandesa exigem que os relatos sejam pagos (não sei o montante, mas deve ser elevado).
Relatar os jogos pela televisão tem inconvenientes para quem relata, pois as repetições, os grandes planos do público, etc., impedem o relator de seguir as jogadas. Outro inconveniente, e este para os ouvintes, é o atraso com que a imagem chega ao televisor: dois segundos (no caso da Sport tv o atraso é maior) acrescentem a isto mais um segundo de atraso na emissão radiofónica que chega aos receptores dos ouvintes e temos um desfasamento de 3, 4 ou mais segundos. Como a Antena 1 relatava directamente do estádio, era notória a diferença temporal. Outro inconveniente é o som de fundo característico de um estádio desportivo (o “bruá), que, por ser uma gravação, nada tinha a ver com o que se passava em campo, o que artificializou a emissão.
O Blogouve-se também chama a atenção para os relatos feitos desde o estúdio e aponta para o facto de que «qualquer rádio o pode fazer! Em Barcelos ou em Almodovar, um relatador e um comentador farão globalmente o mesmo que RR e TSF. E para estas duas rádios isso não é nada bom».
Compreende-se que RR e TSF não queiram deixar de fazer os relatos dos Jogos de Portugal na esperança que os seus ouvintes não mudem de estação, mas, se calhar, a estratégia de relatar pela televisão provoca, precisamente, a perda de ouvintes. A Antena 1 é uma rádio de serviço público, pelo que tem obrigação de fazer os relatos dos jogos de Portugal (quer tenha de pagar pelos relatos ou não), as outras podem fazer emissões alternativas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Melhor, mais barato e pequeno

A tecnologia está a revolucionar os media e a torná-los cada vez mais pequenos e, portanto, móveis. Isto tanto se aplica à produção como ao consumo.
A edição online do jornal “USA Today” (obrigado JPM), no artigo «Future of media in fidelity», da autoria de Kevin Maney, faz algumas considerações sobre esta “revolução”: «(...) Fidelidade é a experiência total de algo. (...) Em música, um concerto tem maior fidelidade que escutar um CD numa aparelhagem estéreo, que, por sua vez, tem mais fidelidade que um leitor de MP3. (...) A tecnologia digital coloca a grande fidelidade dentro de embalagens cada vez mais pequenas e baratas. (...) Há trinta anos, música portátil era sinónimo de um rádio transportável num bolso e com uma qualidade sonora monofónica fraca. Há quinze anos atrás, era um walkman estéreo em que a música se escutava em auscultadores misturada com o ruído de fundo da fita. Agora, após muito progresso, a música é digital e escuta-se num iPod Nano do tamanho de um cartão de crédito. (...) As pessoas trocam fidelidade por conveniência. (...) Todos os media experimentam a mesma transição: a fidelidade começa a ser mais barata e o grande torna-se mais barato e pequeno. Estas modificações estão a acontecer mais rápido do que nunca. (...)».
Na era dos suportes áudio de alta definição (SACD e DVD-Audio) é o áudio digital comprimido que dita as leis. Qualquer sinal comprimido tem perdas e, portanto, menor qualidade. Embora os defensores do MP3 advoguem que este tem “qualidade CD” (o que será que eles entendem por isto), a verdade é que esta é sofrível. Mas há, no entanto, uma ponta de verdade nisto: a qualidade dos CDs de hoje em dia é tão má, que a diferença entre um ficheiro MP3 e um registo PCM a 16 bits / 44.100 Hz é praticamente indistinta.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Boa rádio

Boa rádio? É a rádio que não passa sempre as mesmas músicas, em que não se diz sempre a mesma coisa, em que há um factor de risco, em que há erro, em que o tipo que está a fazer aquilo tanto pode soar ao melhor profissional como pode engasgar-se todo e tropeçar e quase fazer de palhaço. Pedro Ramos, animador da Radar, em entrevista à revista “6.ª” do jornal “Diário de Notícias”, de 1 de Setembro.
Estou de acordo!

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

RTP faz 50 anos

Há meio século os portugueses acolheram um novo medium: a televisão. Embora não fosse uma novidade no mundo, pois existiam já várias estações a transmitir há mais de duas décadas (a primeira experiência foi efectuada em 1924), só em finais de 1954 é que se começou a dar os primeiros passos no Gabinete de Estudos da Emissora Nacional de Radiodifusão para a concretização da Rádio Televisão Portuguesa. O jornal “Correio da Manhã” traz uma cronologia da RTP e o “Diário de Notícias” também traz um artigo sobre a RTP.
Parabéns à Rádio e Televisão de Portugal e que venham mais 50 anos, com mais e melhor serviço público de televisão.

De volta...

...Que há outro Ouvidor impaciente.

domingo, 27 de agosto de 2006

Em silêncio

É tempo de uma pausa no blogue, ainda antes que o verão termine. Em Setembro cá nos encontramos outra vez.

sábado, 26 de agosto de 2006

4 Anos da “História da Rádio em Portugal”

Passam hoje quatro anos que coloquei online o sítio “Telefonia Sem Fios - História da Rádio em Portugal”. Dei inicio ao sítio porque, naquela altura, a bibliografia existente era escassa, imprecisa e, muitas vezes redundante. Passados quatro anos o cenário é diferente. Após 2002, foram lançados várias obras que contribuem para um maior conhecimento da história da radiodifusão.
Sobre a história da rádio portuguesa, e editados após 2002, temos o magnífico livro de Rogério Santos, “As Vozes da Rádio, 1924-1939”, que nos apresenta os primórdios da radiodifusão em Portugal. Dina Cristo dá-nos uma visão das relações entre a rádio portuguesa e o regime anterior ao 25 de Abril de 1974, em “A Rádio em Portugal e o Declínio de Salazar e Caetano (1958-1974)”. Nelson Ribeiro escreve sobre a infância rádio pública em “A Emissora Nacional nos primeiros anos do Estado Novo”. Hélder Sequeira apresenta-nos a história da mais antiga emissora local portuguesa - a Rádio Altitude - no livro “O Dever da Memória - Uma Rádio no Sanatório da Montanha”. Um outro livro que foca as relações entre a rádio portuguesa e o Estado novo foi elaborado por Paula Borges Santos - "Igreja Católica, Estado e Sociedade, 1968-1975 - O Caso Rádio Renascença". Um género radiofónico esquecido - o Teatro - foi recordado por Eduardo Street em "O Teatro Invisível". José Andrade recorda as primeiras emissões radiofónicas nos Açores em "Aqui Portugal - Os primeiros anos da telefonia nos Açores". A “RBA Coleccionables” lançou a obra “Rádios de Outrora”, em fascículos coleccionáveis, que nos apresenta um percurso da rádio no mundo.
Durante 2002 foram lançados dois livros: “A Rádio Renascença e o 25 de Abril”, de Nelson Ribeiro e “Tudo o que se passa na TSF ...Para um livro de estilo”, de João Paulo Meneses.
Outra literatura sobre a história da radiodifusão pode ser consultada na página “Bibliografia”, no sítio “Telefonia Sem Fios - História da Rádio em Portugal”.
Obrigado a todos os que visitaram e visitam o meu sítio.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Sugestões aos legisladores

A época estival está no fim e as emissoras reajustam as grelhas de programas para que os próximos meses lhes tragam mais ouvintes. Penso que é a altura certa para se ponderar alguns pontos: medição de audiências, música portuguesa e Lei da Rádio.
A medição das audiências apenas é efectuada pela Marktest, mas a sua fórmula (entrevistas por telefone) é muito contestada. A Marktest defende-se que as emissoras não podem pagar um tipo de medição que seja mais fiável (como o PPM). Provavelmente é a falta de concorrência que provoca isto.
A música é o principal pilar da emissão radiofónica. No entanto, as rádios parecem todas iguais e não me parece que as quotas de música portuguesa na rádio, impostas pela nova Lei da Rádio, venham alterar alguma coisa e nem serve as emissoras nem os artistas.
Esta nova Lei da Rádio não serve. É necessário que se redefina as fronteiras do que é uma emissora local e regional. Uma solução é diminuir o número e a potência das estações locais, talvez criando emissoras comunitárias, redefinir o que é uma rádio regional aumentando o seu número. Em relação Às estações regionais, só temos duas em Portugal: a TSF (regional Norte) e o RCP (regional Sul). Mas, com aquisições de emissoras locais, praticamente cobrem todo o território nacional. A criação de rádios regionais de áreas metropolitanas, por exemplo, permitiria que se cobrisse melhor uma determinada região e as locais seriam mais viradas para a comunidade. As coberturas Norte e Sul, como se tem visto (escutado), não são uma boa solução. Mais vale conceder o estatuto de emissoras nacionais, libertando frequências para rádios locais. A permissão de concentração da propriedade dos media também deveria ser revista.
Por último, a Amplitude Modulada e o digital. A RDP (RTP?) emite em DAB, mas os ouvintes serão, certamente, muito poucos. O DRM está aí à porta, aliás, já está cá dentro, mas a rádio portuguesa (leia-se a politica portuguesa) é que ainda não deu os passos necessários para que a rádio digital seja uma realidade acessível a todos.
Urge, portanto, um debate sério com todos os intervenientes do sector para que se encontre uma solução que agrade a todos - será uma tarefa quase impossível, mas, ao menos, que se obtenha a solução menos má.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Revisão do CCT da rádio

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) e a Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) encetaram negociações, no passado dia 20 de Julho, para a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) e que abrange os jornalistas do sector.
Após a próxima reunião, agendada para o início de Setembro, serão divulgadas mais informações sobre o processo.
O actual CCT data de 2004, mas nessa altura foi assinado pelos sindicatos do sector do audiovisual e pela APR, além do SJ. Não sei se os outros sindicatos estão envolvidos, mas uma rádio não é só feita por jornalistas (há operadores áudio, animadores, etc.).